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Crônicas

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Web Book - Eu...Vc - Capítulo 4










“Oi Amor! Já estou comido e a caminho. Agora apenas uma estrada nos separa. Aguardo seu abraço e seu beijo na rodoviária. A viagem promete ser interessante, estou cercado por flores, rsrsrs. Depois explico melhor. Se cuide e mande notícias. Eu... Vc”



Fernanda coloca o celular no console entre os bancos de seu carro após ler a mensagem de Beto e puxa o cinto de segurança. Segura o volante com uma mão e com a outra dá partida no carro. Uma pequena pausa seguida de um profundo suspiro, tenta relaxar e manter a calma. Fala baixinho pra si mesma “Calma Fernanda, vai dar tudo certo, acredite!”. Tira o batom da bolsa e usando o retrovisor da uma retocada no visual.
       

- Aí meu Deus! – grita Fernanda – minhas unhas estão horríveis! Ainda preciso dar um jeito nisso, estou atrasada! Não vai dar tempo!



Fernanda tira um cd do porta-luvas e coloca para tocar “Somewhere over the Rainbow” tema do filme “Como se fosse a primeira vez”, música que escolheu como trilha sonora para a história que está vivendo, enquanto dirige lentamente pelas ruas largas arborizadas de sua cidade, meio que viajando entre as lembranças dos momentos que passaram virtualmente juntos e os sonhando como serão os próximos dias nos braços de seu amor.



Parada em um sinal vermelho, curtindo sua música, Fernanda escuta uma voz: _ Oi docinho, estou morrendo de saudades, por que nunca retorna minhas ligações? Fernanda lentamente olha para sua esquerda e percebe que a seu lado estava Paulinho, seu ex-namorado com quem já havia rompido há meses. Ela levanta os óculos escuros tranquilamente, olha diretamente em seus olhos e sorrindo com um ar de deboche fala: _ Desculpe-me senhor policial, mas acho que seu dever é patrulhar a cidade e proteger os cidadãos e não ficar dando cantadas em mocinhas paradas no sinal! Neste momento o sinal fica verde e ela segue seu caminho em direção a sua casa deixando apenas um tchauzinho para o abobalhado Paulinho.



Ao virar a esquina de sua casa nota que o carro de sua amiga e fiel parceira de encrencas não está na frente de sua casa como combinado... Ela pega o celular e liga para ela. O telefone toca, toca e ninguém atende até cair na caixa postal; ela então tenta de novo e o mesmo acontece, só que desta vez ela deixa um recado: _ Aninha, sua mala! Você deveria estar aqui em casa me esperando. Espero que você não esteja fazendo o que estou pensando que esta fazendo, vem logo pra cá ou vou te matar!



Ao entrar apressada em casa é logo recepcionada calorosamente pela saltitante e sapeca Júlia, sua filha de sete anos que vai logo perguntando: _ Comprou alguma coisa pra mim?



       _ Desculpa filhota, hoje a mãe esta sem tempo algum, lembra que tenho que fazer aquela viagem hoje? E ainda nem fiz as malas. – responde Fernanda.
       _ Mas então a senhora vai trazer um presente pra mim de lá,né? 
       _ Claro que sim filhota, um presente bem lindo!
       _ E rosa né mamãe?
       _ Pode ser preto com rosa?
       _ Aí mãe, ninguém usa preto no meu colégio! Poxa vida!
       _ Tá bom, vou comprar o vestido mais lindo e rosa que eu encontrar!

Saltitando nas pontas dos pés, Júlia pula em cima da mãe lhe dando um abraço muito apertado e diz: _ Você é a melhor mãe do mundo!E completa, deixa eu ir com você? Vou ficar aqui abandonada, morrendo de saudades, deixa, deixa, deixa? Vai!? Bastou um olhar para que Júlia entendesse que não poderia ir, e logo aquele beiço pulou de sua boca se unindo ao olhar de cachorro abandonado. Fernanda dá uma beijoca na bochecha vermelha de Júlia seguindo em direção ao quarto de Léo seu filho de quatorze anos. Ela pára na porta e vê que está jogando vídeo game e tenta estabelecer um diálogo com ele:

       _ Tudo bem filho?
       _ Tudo.
       _ Sabe que a mãe vai viajar hoje e vocês vão ficar na casa da vó?
       _ Tá.
       _ Já comeu alguma coisa hoje?
       _ Sim.
       _ Preciso que você ajude a tomar conta da Júlia nestes cinco dias
       _ É.




Neste momento toca o celular de Fernanda, ela tira do bolso e vê que é Aninha ligando.

       _ Por onde você andou sua mala? Era pra você estar aqui em casa!
       _ Desculpe amiga, mas eu conheci um angolano e não resisti à tentação.
       _ Eu sabia que você estava de safadeza, esse é o único motivo para você ter sumido assim e nem atender minhas ligações.
       _ Fê, só você mesmo pra me tirar daqueles braços fortes e musculosos, daquela boca carnuda e daquele sotaque que me deixa arrepiada!
       _ Por favor, poupe me dos detalhes sórdidos! Cadê você? Vem logo pra cá, tenho muito que fazer e preciso da sua ajuda, vem logo! Tô atrasada!
       _ Hahahaha Amiga! Isso eu já sei e põe atraso nisso, porque se não fosse o Paulinho pra te dar uns créus, você seria aceita no convento.
       _ Ai, nem fale, encontrei aquele mala no sinal, e acredita que ele me largou uma cantada ridícula, ele se acha o gostosão e isso eu garanto que ele não é.
       _ Se fosse não chamavam ele de Paulinho e sim de Paulão. Se é que você me entende, ou já não lembra mais?!
       _ Deixa de ser pornográfica e vem logo pra cá! Tô atrasada!
       _ Calma guria! Já tô chegando pra quebrar teu galho, não sou nenhum Beto, mas acho que consigo te dar um trato!
       _ Palhaça! Sabe que gosto de outra fruta!
       _ Relaxa amiga, em cinco minutinhos tô chegando aí.
       _ Vem logoooooooooooo!!!



Fernanda corre em direção a seu quarto abrindo todas as portas do guarda roupas, a procura de sua mala azul, mas não encontra. Procura debaixo da cama e nada. Entra no banheiro vasculha tudo e também não encontra nada. Desesperada grita pela empregada: _ Maurília, onde esta você? Onde escondeu a minha mala azul? Já falei pra você não mudar as minhas coisas de lugar! A paciente Maurília caminha com seus passos lentos em direção ao quarto de sua patroa e chegando lá vira-se para ela e responde balançando a cabeça negativamente.

       _ Dona Fernanda, a senhora não tem nenhuma mala azul, só aquelas duas que estão ali, em cima do seu armário, a senhora não está vendo?
       _ Como não? Eu tenho uma mala azul sim!
       _ A senhora tá falando daquela mala que usou quando foi pra tal comunhão em São Paulo?
       _ Não é comunhão Maurília, o nome é convenção. E sim é aquela mala a qual estou me referindo, onde ela está?
       _ Comunhão, convenção é tudo a mesma coisa, um monte de gente junta pra falar da mesma coisa – resmunga Maurília.
       _ Pode parar de resmungar, por favor, me diz onde está a mala azul?
       _ Dona Fernanda, aquela mala é da dona Aninha, a senhora pegou emprestada, não lembra?
       _ Ah! Claro que eu lembro, só estava vendo como anda sua memória. E falando nela, lembrou de arrumar as malas das crianças, hein?
       _ Eu estava justamente fazendo isso quando a senhora gritou pelo meu nome.
       _ Então vai, vai logo terminar essas malas e depois põe as crianças pra tomar banho, mas não deixas ela comerem mais nenhum porcaria, porque elas vão almoçar na mamãe. Anda, vai logo que estamos atrasados!
       _ Já tô indo, mas a senhora deixa eu falar uma coisa antes?
       _ Diga Maurília, diga logo!
       _ Suas unhas estão horríveis, uma dona de salão não pode andar com unhas assim, é uma vergonha, o que seu Beto vai pensar?



Fernanda solta de novo seu olhar fulminante em cima de Maurília, que rapidamente da meia volta e sai lentamente do quarto resmungando.

       _ Isso é falta de homem, aposto que ela volta mansinha dessa viagem.
       _ O que você esta resmungando aí Maurília?Pergunta Fernanda achando graça do comentário de sua anja da guarda, que a acompanha por anos zelando pelos seus filhos.
       _ Nada não, estava só falando do tempo. Que vai esfriar!



Então pula na cama em busca do seu celular e liga para Aninha que atende logo no primeiro toque. Desesperadamente ela pergunta:



        _ Aninha, amor da minha vida, razão do meu ser, você  sabe que eu te amo, né?
        _ Vai amiga, pára de enrolar e pede logo! O que é desta vez?
        _ Preciso que você me empreste a sua mala azul...
        _ O que houve com suas malas?
        _ Ah! Não pergunta muito, eu preciso dela, a mala me deu sorte na convenção, lembra que eu conheci aquele homem lindo, maravilhoso e charmoso e depois nos encontramos no bar do hotel e tomamos um drink juntos.
         _ Alôôô amiga! Realiza! Ele era gay!
         _ Aí, lá vem você de novo com detalhes!
         _ Para de surtar e faz um favor pra sua amiga antes que eu desista dessa sua idéia maluca.
         _ O que é?
         _ Abre a porta da rua, estou aqui fora congelando nesse vento frio.



Fernanda joga o celular na cama e corre em direção à porta e ao abrir encontra Aninha com a mala azul na mão e um sorriso aberto. As duas trocam um longo abraço enquanto Fernanda a enche de beijos intercalados por muitos obrigados, obrigados, obrigados. 



        _ Você é a melhor amiga que alguém pode ter, te amo!
        _ Sou mesmo, porque pra trocar aquele deus de ébano por uma mulher miúda, magricela e quase assexuada, só muito amor mesmo!
        _ Depois eu te recompenso, agora vem e me ajuda a fazer a mala.
        _ Ô! Vai sim, sempre tive uma quedinha por você, mas caridade não é o meu forte, deixa o Betão tirar as teias de aranha que depois conversamos.
        _ Palhaça! Pára de falar besteiras, vem logo, estamos atrasadas!



As duas se encaminham para o quarto de Fernanda. Aninha se joga na cama e começa a fuçar o celular e lê a ultima mensagem de Beto e pergunta a Fernanda o que Eu...Vc  significa. Fernanda nem dá muita atenção à pergunta de Aninha, está muito concentrada tirando as roupas do armário e testando as combinações e falando em voz alta: _Vou usar isto para pegar ele na rodoviária, este aqui vai ser para o jantar à noite, este outro para passearmos durante o dia seguinte e continua, vou levar minha bota de montaria, quem sabe uma cavalgada ao luar? Seria muito romântico, não acha?

       _ Quer mesmo minha opinião?
       _ Sei que lá vem besteira, mas não vou conseguir impedir mesmo você de falar, fala logo!
       _ Eu só levaria uma calcinha pra usar na volta.
       _ Você só pensa em sacanagem, cruz credo!
       _ Ah! Vai me dizer que essa calcinha minúscula preta que você esta levando é pra usar na missa de domingo?
       _ Não sei de nada, e se não rolar química entre nós dois, o que vou fazer? Como vou agir? Acho que vou sair correndo e fugir com vergonha, já tem muito tempo que não fico com um homem, será que ele vai gostar de mim? Não sou o tipo mulherão, gostosona com coxão, pernão e peitão, que todo homem gosta.
        _ Mas não foi você mesmo que disse que ele é um homem diferente de todos os que você já conheceu?
        _ Não sei de nada, na internet e nas letrinhas nos entendemos muito bem. Ele é um doce de pessoa, educado e me faz rir.
        _ Faz assim, quando o vir sai logo dando um beijão de tirar o fôlego, e mete a mão na bunda dele para ele entender logo a que veio. Depois arrasta ele pro chalé, joga ele na cama e seja feliz! A vida é curta demais pra ficar desperdiçando, curte esse momento com toda a intensidade que ele merece, aproveita a vida, você está há muito tempo sozinha. Homem gosta de mulher safada na cama, vai por mim sei o que estou falando, ele vai se apaixonar de vez por você!

Fernanda pára um pouco de fazer a mala, e começa a pensar nos papos que tiveram pela internet e comenta com Aninha que ele aparenta ser uma pessoa muito tranquila, que é tímido e um tanto reservado e que nunca trocaram palavras mais “calientes” pela internet e diz.




        _ Hum... acho que não vai rolar nada na primeira noite, ambos estaremos travados e com vergonha. Acredito que só vamos transar na segunda noite.
        _ O que?! Conta outra vai! Você vai dormir na mesma cama que ele e não vai rolar nada? É ruim, hein! O cara viaja dois mil quilômetros pra te dar um beijo, te desejar boa noite e vira pro lado e dorme! Duvido!
        _ Ah-ha! Pensando nisso, eu aluguei um chalé com dois quartos! Porque se a coisa não for do jeito que pensamos, cada um dorme no seu quarto.



Aninha coloca a mão na testa e balança a cabeça negativamente, e rindo comenta: _Ai, Fernanda, se você não existisse alguém tinha que te inventar! E sabe qual é a sua maior sorte? Eu estou aqui! E pensando nisso olha o presentinho que comprei para vocês.

Aninha pega sua bolsa e tira de dentro uma garrafa de tequila e balança na frente de Fernanda falando: _ São Jose Cuervo, com uma pequena dose esse santo vai fazer milagres! As duas caem nas gargalhadas e Fernanda comenta: _ Aninha você não presta, mas é por isso que eu te amo! Fernanda dá um abraço apertado e um beijo no rosto de Aninha perto da orelha e diz baixinho: _ Obrigado! _Ui! Arrepiou! Comenta Aninha – É melhor você ir para o banho antes que eu pule em cima de você, aí quero ver sobrar alguma coisa pro Betão.



Fernanda dá um pulo da cama e sai correndo para o banheiro e pede a Aninha que termine de colocar as roupas separadas sobre cama dentro da mala, e que verifique se as crianças estão prontas, arrumadas e penteadas e prontas para partir.

Quarenta minutos depois Aninha bate na porta do banheiro e grita!

              

       _ Desculpe interromper o banho da princesa, mas se você demorar ainda mais nesse banheiro quando chegar à rodoviária, seu príncipe já terá virado um sapo!
       _ Ai Meu Deus, não vai dar tempo! – grita Fernanda – Já estão todos prontos? Eu já estou saindo, por favor, feche toda a casa, coloque as crianças no carro que eu já estou saindo.

Vinte minutos depois Aninha bate a porta do banheiro e grita!




       _ Olha guria, eu já não me responsabilizo mais por nada, já tomei metade da garrafa de tequila, mas não fica muito preocupada tá?! Eu dividi com a Júlia e o Léo e nós três estamos curtindo o maior som no carro, só te esperando.

Fernanda abre a porta do banheiro com os olhos arregalados e diz para Aninha: _ Eu sei que você é doida, mas não deu tequila para os meus filhos, deu? Nisso Júlia e Léo aparecem na frente da porta da casa, fazendo o sinal de paz e amor para a mãe fingindo estarem bêbados, quando Aninha também fingindo estar bêbada diz: _ Foi só um trago, um shot, assim eles aturam melhor a chata da avó deles! As crianças não conseguem segurar e começam a rir da mãe que logo percebe a brincadeira: _Vocês me pagam, os três não perdem por esperar, me aguardem!

Fernanda olha pro relógio e se assusta com a hora e grita: _ Vamos, vamos todos, corram para o carro, estamos atrasados e vocês aí de brincadeira! Todos correm e entram no carro, Fernanda é a última a entrar e logo lembra que o celular ficou em cima da cama, rapidamente volta correndo em casa, seguida pelos olhos assustados de Maurília, que só observa aquele frenesi sem entender muito o que está acontecendo. Na volta dá um beijo relâmpago em Maurília e diz pra ela tomar conta direitinho da casa.



Fernanda entra no carro, fecha a porta, coloca o cinto, liga o carro, olha pra trás e faz a checagem em voz alta: Léo? Ta aí! Júlia? Tá aí! Aninha?”Aninha então responde: _ Tá todo mundo aqui sua mala, anda com esse carro que eu já tô com fome!



Fernanda começa a andar lentamente em direção à rua quando de repente pisa no freio e sai correndo do carro gritando.

       _ As Malas! As malas! As malas!



Mas, é logo interrompida por Aninha que grita da janela do carro: _Ô surtada da cabeça, a única mala que falta neste carro é você, o resto eu já coloquei tudo!



        _ Acho que vou surtar mesmo, não sei o que vai acontecer, será que vai dar tudo certo? Será que ele vai gostar de mim? Será que eu vou gostar dele? Será que... Nesse momento Aninha interrompe e fala: _Olha, tem uma nova mensagem do Beto! Fernanda pega o celular das mãos de Aninha e diz.
       _ Pode ir tirando seu nariz grande da minha mensagem.
       _ Olha só quem fala, seu nariz tem o dobro do tamanho do meu. Tá?
       _ Tá! Agora deixa ler a mensagem!
       _ Tá! Mas depois eu quero repassar direitinho esse seu plano maluco. Tá?



Maurilia após ver o carro se afastando entra na casa resmungando: _Ô povo maluco, vai entender... Com tanto lugar bonito por aí eles vão se enfiar em uma cabana no meio do mato. Cabana no mato é lugar de índio.


Próximo capítulo "O Banheiro!" - Aguardem!

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Web Book - Eu...Vc - Capítulo 4 Reviewed by Unknown on 7:39 PM Rating: 5

2 comentários:

  1. Estarei torcendo para que seja um encontro bem feliz...é claro que terá um fator que dificultará um pouco e colocará a prova o maturidade e os verdadeiros sentimentos dos dois....mas o essencial será reconhecido, o amor e a paixão entre eles... acredito em finais felizes...

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  2. Algum dia eu desejarei estar em cima de uma estrela
    E acordarei onde as nuvens estarão bem atrás de mim...
    Onde problemas derretem como bala de limão
    Longe, acima dos topos das chaminés
    É onde você me encontrará
    Em algum lugar, acima do arco-íris
    Pássaros azuis voam
    E o sonho q você se atreve,
    Porque então, o porquê eu não posso? (...)

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